Na escola vários tipos de relacionamentos humanos acontecem de forma simultânea sob os olhos de um educador. Por isso, a Comunicação Não Violenta pode ser um caminho para o resgate da humanidade que mora dentro de nós.
Ser educador ou educadora é uma missão desafiadora repleta de desafios e é preciso muita energia para se colocar na liderança de uma turma de alunos. Uma fonte de energia sustentável é ter a consciência das necessidades humanas que te motivam a fazer o que você faz. Por trás de toda ação, por trás de toda palavra dita, existem necessidades tentando ser atendidas.
Reconhecer Sentimentos
Os nossos sentimentos são mensageiros das nossas necessidades. Sentimentos desconfortáveis vêm para avisar que temos necessidades não atendidas, como quando a luz do combustível no painel do carro acende. Já os sentimentos confortáveis vêm para nos ajudar a enxergar as nossas necessidades que estão sendo atendidas. Portanto, não vemos os sentimentos como “positivos” ou “negativos”. Todos eles são bem-vindos e carregam mensagens importantes. O problema é que, quando suprimimos ou não percebemos nossos sentimentos desconfortáveis e nossas necessidades não atendidas, é impossível atendê-las efetivamente.
“Toda violência é uma expressão trágica de uma necessidade não atendida.”
Marshall Rosenberg
A inconsciência das nossas necessidades não atendidas é o que nos leva a acabar cometendo uma violência não intencional. Por exemplo, se uma educadora age ou fala de forma agressiva quando dois alunos estão conversando durante a sua aula, é muito difícil que eles sejam capazes de enxergar que a educadora pode estar se sentindo exausta (sentimento) e precisando de apoio (necessidade). A tendência é que eles acabem fazendo julgamentos sobre ela (contra-ataque) ou sobre eles mesmos (reduzindo sua autoestima). Por isso, seja a primeira pessoa a saber como você está se sentindo.
Acesse AQUI uma lista com palavras universais que podem te ajudar a identificar seus sentimentos e necessidades.
A Comunicação Não Violenta pode servir como plataforma para impulsionar a conexão entre educadores e alunos, aproximando todos de terem suas necessidades mutuamente atendidas.
Crie momentos de pausa ao longo do seu dia e faça uma checagem do sentimento presente em você naquele exato momento. Dê nome àquele sentimento. E estão, escute a mensagem que ele traz. Nós não podemos controlar os nossos sentimentos, mas podemos, amorosamente, escolher as nossas ações.
Escrito por:
Juliana Matsuoka – professora da disciplina “Comunicação Não Violenta e Educação para a Paz” na pós-graduação em Inteligência Socioemocional na Educação oferecida pelo Instituto Signativo.