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Master Class: Uma jornada de aprendizado e conexão

Um experiência enriquecedora, foi assim nosso evento que reuniu uma comunidade de pessoas motivadas por novos conhecimentos. Durante a Master Class, tivemos a oportunidade de mergulhar em um universo de aprendizado e crescimento, explorando temas empolgantes e relevantes da educação socio emocional.

Os palestrantes convidados foram essenciais para o sucesso da Master Class, compartilhando suas experiências e conhecimentos de forma inspiradora. Eles nos forneceram insights valiosos, impactando positivamente a vida de todos os participantes. Cada momento foi enriquecedor, estimulando discussões e despertando novas ideias e perspectivas sobre a importância da educação socioemocional.

Um ambiente de aprendizado e interação

A cada momento da Master Class, a interação e a conexão entre os participantes foram simplesmente incríveis! Presenciar a troca de conhecimento e a construção de novas redes de relacionamento foi emocionante, reforçando ainda mais a importância de eventos como esse para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Gostaríamos de expressar nossa gratidão a todos os envolvidos nessa jornada. Aos palestrantes inspiradores, que generosamente compartilharam suas experiências e conhecimentos, e aos participantes dedicados, que contribuíram para o sucesso do evento e tornaram o Master Class em Sapezal uma grande experiência vivida.

Continue acompanhando nosso blog! Em breve, estaremos compartilhando os destaques, insights e aprendizados da Master Class. Será uma oportunidade para todos se beneficiarem dessa experiência enriquecedora.

Prepare-se para se inspirar e ampliar seus horizontes!


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Inteligência Socioemocional

A importância do acolhimento, da aprendizagem socioemocional e da empatia na escola

Quem viaja de avião sempre ouve a explanação dos comissários de bordo sobre, em caso de emergência, as máscaras de oxigênio devem ser colocadas primeiramente nos adultos. Depois, eles colocam nas crianças. É uma analogia simples a respeito de quanto o acolhimento, a aprendizagem socioemocional e a empatia devem ser internalizadas pelos professores, para que eles possam conseguir desenvolver um bom trabalho na escola.

A automação e o avanço rápido da tecnologia ocasionaram diversas mudanças na vida de todos. No mercado de trabalho, passou-se a valorizar as habilidades socioemocionais muito mais. O que antes era apenas uma tendência, com a Pandemia do Coronavírus virou realidade. 

E de forma muito intensa, principalmente, entre os professores que hoje em dia precisam enfrentar um contexto bem diferente daquele que vivenciavam há alguns anos. 

A escola hoje em dia deve ter consciência de que somente professores com formação aprofundada no socioemocional estão devidamente preparados para desenvolver determinadas competências nos alunos.

Empatia: capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa

A empatia é uma das competências socioemocionais mais importantes na escola. Trata-se de um conceito que vai além da capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa. É a capacidade de compreender sentimentos e emoções e agir sobre. 

Ouvir sem julgar, reconhecer diferentes perspectivas e sempre oferecer ajuda são formas de exercer a empatia. Este é o melhor meio de acolhimento que pode haver no ambiente da escola. 

Quando os professores conseguem entender bem seus alunos, reconhecendo suas próprias angústias e oferecendo o suporte emocional adequado, as aprendizagens socioemocionais ocorrem como consequência natural. 

Como habilidade que vai sendo desenvolvida ao longo da vida ao se relacionar com quem se convive, a empatia deve ser prioritariamente trabalhada já na Educação Infantil. Por meio de atividades que promovam o reconhecimento e o entendimento das emoções.

Neste sentido, o corpo docente da escola deve estar a serviço dos alunos, se colocando disponível. Professores precisam de preparo para apresentar uma preocupação genuína com o diálogo. De modo a solucionar conflitos e problemas mais facilmente. 

Vale lembrar que praticar e incentivar a empatia na escola é também ferramenta de prevenção e combate do bullying. Isso ocorre porque os estudantes se aproximam e passam a encarar as diferenças positivamente. Substituindo a violência pelo coleguismo. 

Aprendizagem e acolhimento

O grande objetivo da escola é a aprendizagem, certo? Então, a inteligência emocional é um aspecto fundamental, paralelamente às relações afetivas e a saúde mental. Não há ensino e aprendizado se os educadores não estiverem com este fator em dia. 

A escola, por sua vez, tem como lição de casa fazer um plano de ação que contemple a adaptação. A primeira etapa deve ser um amplo diagnóstico que mostre, agora com o devido período de distanciamento do fato, quais foram as perdas ocorridas durante a Pandemia e no pós-pandemia. 

Depois, é hora de revisar os conteúdos curriculares. A reestruturação da escola exige, ainda, que espaços qualificados de acolhimento sejam priorizados.

Toda esta atividade não é realizada de forma isolada. É necessário ouvir e incluir pais e demais familiares. Somente um processo de colaboração traz resultados positivos. Afinal, é a família que age sobre as angústias, incertezas, ansiedades e demais dificuldades emocionais durante o período em que os alunos se desenvolvem em casa.

Processo de aprendizagem também depende de motivação

Você sabia que a motivação está entre os aspectos que mais influenciam o comportamento humano para realização de objetivos? No processo de aprendizagem, não é diferente. A motivação para aprender depende das competências socioemocionais do aluno. E somente a formação integral do professor e dos estudantes é capaz de desenvolvê-las.

De acordo com especialistas em Educação, as competências socioemocionais são alavancas para motivação nos ambientes educacionais.

A ciência já comprovou que a vontade e a motivação para aprender estão diretamente relacionadas às aprendizagens, na medida em que é isso que impulsiona o estudante a direcionar suas atitudes rumo ao seu desenvolvimento. Tanto em áreas cognitivas como linguagem, pensamento, memória e raciocínio, quanto nas competências socioemocionais que auxiliam o relacionamento com os outros e consigo mesmo. 

Aprendizagem socioemocional como aliada para superar os momentos de crise na escola: o que discutir com os alunos?

Para facilitar esta jornada, exemplificamos aqui alguns temas relacionados às competências socioemocionais que podem ser trabalhados na escola:

  • Amabilidade: base para empatia e escuta empática.
  • Autogestão: organização, disciplina, persistência, plano de estudos e rotina, autonomia.
  • Engajamento: ações sociais, protagonismo, consciência social e cidadania.
  • Resiliência emocional: reconhecer e identificar emoções, aprender a lidar com elas, autorregulação, tolerância a frustrações e estresse, ansiedade e culpa.
  • Abertura ao novo: adaptabilidade, conviver com imprevisibilidades, criatividade.
  • Projeto de vida: reflexões pessoais sobre os próprios sonhos e o futuro, autoconsciência, autoconhecimento, autocuidado.

Os formatos para a implementação destes temas no dia a dia da escola variam bastante. Vão desde grupos de acolhimento, comunicação com as famílias em grupos de WhatsApp ou outro canal, passando pelas plataformas digitais, encontros online como lives, rodas de conversa e oficinas até reuniões individuais com aqueles que precisam de maior acompanhamento até conteúdos orientativos como vídeos, podcasts, e-books e áudios.

Professores bem-preparados para essa nova missão

O papel do professor na escola se ampliou e ganhou complexidade. Hoje, eles precisam se desenvolver para poder conversar com os alunos sobre sentimentos e emoções, ressaltando a importância do acolhimento. Assim, eles passam a compreender que os indivíduos têm opiniões diferentes sobre os mesmos fatos. 

Mas, como criar espaços de diálogo, troca de percepções e ensinar a lidar com as emoções em situações tão diversas quanto os próprios alunos? Como saber conversar sobre sentimentos, algo tão abstrato e, ao mesmo tempo, difícil de ser expressado em palavras?

O caminho está na educação socioemocional do professor. A qualidade pedagógica depende da formação deles. O curso de pós-graduação voltado à inteligência emocional na educação é uma ótima alternativa.


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Inteligência Socioemocional

O socioemocional no dia a dia da escola

Para a formação do professor ser integral, é urgente que ele desenvolva suas competências socioemocionais. A prática docente na rotina escolar vai muito além dos conhecimentos adquiridos ao longo da carreira. Claro que bons conteúdos, didática eficiente e metodologia de excelência são importantes. Mas o socioemocional é fator de inovação que agrega valor excepcional ao dia a dia da escola.

 

Quando os educadores se apropriam de um conjunto de competências e habilidades socioemocionais, o resultado aparece em forma de um salto na carreira, saúde emocional plena e, consequentemente, também dos estudantes e de toda cadeia que envolve o sistema de aprendizagem.

 

Essa experiência formativa vem sendo objeto de estudo à luz dos marcos normativos da educação brasileira, sendo focos principais a identificação e a utilização de uma matriz de competências específicas para professores.

 

Como o Instituto Signativo apoia a especialização dos educadores?

 

Diante desse quadro, o Instituto Signativo vem se destacando no mercado como organização atuante em projetos de educação socioemocional e desenvolvimento humano. Seu propósito é inspirar a transformação de pessoas, através de novos olhares para a educação.

 

Com práxis baseada em abordagens participativas da inteligência socioemocional e de educação integral, o Instituto aponta em direção às relações humanas como sustentação dos atos de ensinar e aprender, visando que o desenvolvimento dos agentes em suas dimensões intelectual, física, emocional, social e cultural traga os avanços pertinentes aos desafios do século XXI.

 

O Instituto Signativo oferece Curso de Pós-graduação Latu Sensu em Inteligência Sociomocional. A especialização de professores que exercem atividade na Educação Básica ocorre por meio de elementos teórico-metodológicos, objetivando, desse modo, construir um conhecimento aprofundado sobre o desenvolvimento das habilidades socioemocionais na educação. O curso aborda as principais teorias e práticas, bem como metodologias transformadoras, inovadoras e significativas. Tudo para fomentar reflexões de contemporaneidade.

 

Competências socioemocionais dos professores: O que são?

 

Quando falamos em competências socioemocionais de professores, estamos nos referindo às características individuais expressas nos atos de pensar, sentir e se comportar. Isso se origina na relação recíproca de fatores biológicos e ambientais. Ao longo da vida, as competências socioemocionais vão se desenvolvendo através da formação inicial e também nas atividades profissionais do indivíduo. Adicionalmente, elas seguem sendo adquiridas, direta e indiretamente, no convívio com outras crianças, amigos, familiares, pais e professores.

 

As competências socioemocionais estão, ainda, relacionadas a questões que precisam ser respondidas por nós mesmos. Ou seja, elas estão intimamente ligadas ao autoconhecimento.

Para mergulhar no autodesenvolvimento, pergunte-se:

 

  • Como está minha saúde emocional?
  • Quais situações me deixam tenso e nervoso?
  • Tenho muitos medos? Quais são eles?
  • Ando irritado e discuto facilmente?
  • Como lido com os desafios da rotina escolar?
  • Tenho dificuldade para realizar meu planejamento de aulas, por exemplo?
  • Venho estimulando a troca de saberes e experiências com os demais professores da escola?
  • Penso constantemente em novas formas para realizar meu trabalho?
  • O quanto tenho aplicado de inovação nas aulas que ministro atualmente?

 

Por que isso é importante? Sabemos que professores que usufruem das estratégias de desenvolvimento socioemocional relatam sentir mais satisfação no trabalho. E mais: eles contam que se sentem mais fortes para acreditar na própria capacidade de alcançar objetivos profissionais e pessoais.

 

Quando a formação dos professores envolve o desenvolvimento das chamadas competências socioemocionais, o clima escolar também é positivamente alavancado. E, assim, toda a comunidade escolar é beneficiada.

 

Formação do professor: Quais são as competências socioemocionais na prática docente?

 

O eduLab21, Laboratório de Ciência para Educação do Instituto Ayrton Senna, realizou diversas pesquisas teóricas e empíricas. E identificou um conjunto de competências mais relevantes para o fazer docente. Por isso, a entidade propõe a seguinte definição geral para as competências socioemocionais de professores:

 

Autorregulação das emoções- Envolve conseguir lidar bem com as próprias emoções, mesmo em situações adversas, regulando sua ansiedade e respostas ao estresse, além de demonstrar confiança, entusiasmo e energia em suas atividades diárias;

 

Conexão com o outro- Envolve trabalhar colaborativamente com o outro, conectando-se, pedindo e oferecendo ajuda. Respeita a todos e valoriza as diversidades em sala de aula. Busca acolher as emoções e ideias, demonstrando afeto e respeito para com seus estudantes, responsáveis e colegas de trabalho;

 

Gestão de ensino e aprendizagem- Envolve gerenciar o processo de ensino e aprendizagem, cuidando do planejamento, execução, ritmo das aulas, das atividades e dos combinados com os estudantes; gerindo também suas emoções quando algo foge ao planejado, sem perder o foco nos objetivos de aprendizagem estabelecidos;

 

Inventividade- Envolve ter interesse por aprender e por explorar novas ideias, expressando sua criatividade ao inovar em suas práticas pedagógicas, para atingir  todos os seus estudantes no processo de ensino e aprendizagem.

 

Como identificá-las na rotina escolar?

 

O dia a dia do professor na escola é complexo e dinâmico. A educação demanda um olhar mais atencioso e humanizado, por parte dos professores. Afinal, o papel deles, agora, é muito mais de mediadores da aprendizagem, com foco no pleno desenvolvimento dos alunos.  Além da transmissão dos conteúdos, o professor deve orientá-los sobre como fazer escolhas e lidar com os desafios impostos por um mundo cada vez mais competitive, onde os estudantes devem ser protagonistas de suas próprias histórias.

 

O ideal é que, por meio do desenvolvimento de suas próprias competências socioemocionais, os educadores promovam a reflexão sobre a prática delas de modo ampliado. Usando os conhecimentos e competências já consolidados em sua própria prática cotidiana e abrindo-se para inovações nas formas de ensinar e aprender, os professores tornam-se capazes de fortalecer sua atuação em conectar o que se aprende na escola com o que a vida demanda dos estudantes.

 

E você? Inscrevase agora mesmo no curso de pósgraduação em Inteligência Sociomocional do Instituto Signativo! E faça parte da turma 2023!

 

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A vontade de aprender dos estudantes

Você sabia que a motivação está entre os aspectos que mais influenciam o comportamento humano para realização de objetivos? No processo de aprendizagem, não é diferente. A motivação para aprender depende das competências socioemocionais do aluno. E somente a formação integral do professor e dos estudantes é capaz de desenvolvê-las.

 

De acordo com especialistas em Educação, as competências socioemocionais são alavancas para motivação nos ambientes educacionais. Tudo o que conforma a mentalidade dos estudantes vem sendo objeto de estudos e pesquisas há mais de 100 anos.

 

A ciência já comprovou que a vontade e a motivação para aprender estão diretamente relacionadas às aprendizagens, na medida em que é isso que impulsiona o estudante a direcionar suas atitudes rumo ao seu desenvolvimento. Tanto em áreas cognitivas como linguagem, pensamento, memória e raciocínio, quanto nas competências socioemocionais que auxiliam o relacionamento com os outros e consigo mesmo.

 

Quem se sente motivado consegue se manter engajado e comprometido, não somente com a instituição educacional a que pertence, mas com 100% das atividades escolares. Dessa forma, alunos que persistem em busca de um objetivo maior: carreira, renda, família, lazer etc. aprendem mais e melhor.

 

MOTIVAÇÃO NO CONTEXTO EDUCACIONAL: Veja o que dizem os especialistas

Segundo o site do Instituto Ayrton Senna, várias análises demonstram que estudantes motivados podem ter até 50 pontos a mais no resultado de provas. E mais: a motivação é responsável por prever cerca de 30% de rendimento acadêmico, sendo mais poderosa do que fatores relacionados ao ambiente familiar (16%), características da escola (23%) e dos professores (16%), entre outros fatores estudados.

 

Vale lembrar que os estudantes também foram negativamente impactados pela Pandemia do Coronavírus, especialmente no fator motivação. Há perdas, ainda, no nível de aprendizado. Afinal, houve bastante dificuldade para acompanhar as aulas online, além dos problemas envolvendo sinal de Internet e outros.

 

Tudo isso demanda atenção redobrada por parte dos educadores, de modo a evitar o abandono e a tão temida evasão escolar. Nessa realidade, o trabalho para alavancar a motivação para aprender, o desenvolvimento das competências socioemocionais e a formação integral do aluno ganham maior relevância.

 

A principal recomendação para os professores é incentivar os estudantes a ver, no aprendizado, algo de seu interesse, e que será útil para a vida toda, e não apenas como uma obrigação imposta. Eles devem entender que é na escola, também, que se desenvolve a autonomia para escolha das melhores estratégias.

 

COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS ALAVANCAM MOTIVAÇÇÃO PARA APRENDER

A motivação para aprender envolve:

  • Características pessoais e socioemocionais;
  • Interesses pessoais e profissionais;
  • Crenças sobre si e sobre o mundo;
  • Fontes de motivação intrínseca e extrínseca;
  • Valor que se dá à aprendizagem e à escola;
  • Capacidade que cada indivíduo tem de estabelecer planos e metas;
  • Capacidade que cada indivíduo tem de construir estratégias de autorregulação da aprendizagem;
  • Capacidade de autorregulação.

 

É por meio desses atributos que se torna possível aumentar as chances de concretizar objetivos. A motivação para aprender pode, portanto, ser compreendida pelo seguinte esquema: desejo – querer – intenção – ação. Os sonhos humanos somente se  materializam quando a pessoa vivencia todas estas etapas.

 

Vale lembrar que diversos desses componentes de motivação vêm sendo alvos de iniciativas nas escolas brasileiras, com bons resultados; mas muito ainda precisa ser feito para aumentar a educação integral no Brasil. As políticas curriculares e de formação de professores e gestores precisam ser aprofundadas.

 

Paralelamente ao conhecimento teórico, educadores só estarão aptos a desenvolver as competências socioemocionais nos alunos quando eles próprios tiverem se desenvolvido nesse aspecto. Desse modo, estarão aptos a liderar ações que fortaleçam a ponte ciência-escola e o propósito da formação plena dos estudantes.

 

MOTIVAÇÃO PARA APRENDER É CARACTERÍSTICA QUE SE DESENVOLVE A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS

É importante ressaltar que a motivação para aprender não é inata. Da mesma maneira que acontece com as competências cognitivas e socioemocionais, essa é uma característica que pode e deve ser impulsionada nas aulas presenciais ou remotas.

 

Uma etapa fundamental é que os alunos conheçam a si mesmos. E que saibam como criar estratégias que os mobilizem constantemente. É crucial, ainda, que eles aprendam a identificar quando precisam de um suporte maior. E que tenham em mente como e a quem solicitar esse apoio.

 

A motivação para aprender deve fazer parte das práticas pedagógicas de forma transversal nos currículos. Educadores precisam se perguntar o quanto têm colocado os alunos no centro do processo de aprendizagem. O que tem sido utilizado como metodologias ativas? E como vai a flexibilização da grade curricular?

 

Quando incluída na jornada formativa do estudante, a motivação para aprender dá maior significado à aprendizagem. O conhecimento cientificamente fundamentado e compartilhado é base das soluções educacionais.

 

O desafio que comentamos até aqui não se limita à responsabilidade dos professores. Gestores escolares, familiares e poder público devem formar uma rede capaz de desenvolver, intencionalmente, a motivação para aprender; contribuindo, assim, para intensificar a relação entre as competências socioemocionais dos alunos e seus interesses profissionais.

PÓS-GRADUAÇÃO PROMOVE DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS ENTRE PROFESSORES

O Instituto Signativo atua em projetos de educação socioemocional e desenvolvimento humano. Seu propósito é inspirar a transformação de pessoas, através de novos olhares para a educação.

 

O curso de pós-graduação Lato Sensu em Inteligência Socioemocional na Educação habilita profissionais para o exercício da função de Especialista em Inteligência Socioemocional na Educação. Por meio de elementos teórico-metodológicos, os alunos do Instituto constroem um conhecimento aprofundado sobre ferramentas socioemocionais, para atuar no campo da Educação Básica; além de participarem de discussões acerca das estruturas filosóficas pedagógicas frente aos desafios da contemporaneidade.

 

Ficou interessado nas principais teorias e práticas atuais sobre desenvolvimento humano, social e emocional na Educação? Então, faça agora sua inscrição e entre na Turma de 2023 do Instituto Signativo!

 

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O que são competências socioemocionais e como apoiar o socioemocional dos alunos?

O professor tem papel determinante no suporte socioemocional dos estudantes. Os  desafios na vida deles não são poucos e nem fáceis. Portanto, precisam estar em dia com sua saúde mental para ter um bom desempenho escolar e evitar conflitos entre colegas. O que só é possível graças ao desenvolvimento das chamadas competências socioemocionais.

Mas, afinal, o que são competências socioemocionais?

Conjunto de habilidades e características referentes ao desenvolvimento pessoal dos seres humanos, as competências socioemocionais são essenciais para criar e manter relacionamentos saudáveis. Seja com o ambiente e, principalmente, com os demais indivíduos e com sí próprios. 

As competências socioemocionais abrem espaço para a convivência harmoniosa porque torna as relações mais afetuosas. Os indivíduos diferem entre si e os grupos sociais tendem a ser cada vez mais diversos.  Da mesma forma, os desafios diários têm sido maiores, exigindo muita sabedoria e serenidade para serem superados. 

Quando falamos em individualidade, lembramos o quanto cada ser é único, dados seus princípios, valores e habilidades pessoais. Ao longo da vida, experiências emocionais vão sendo acumuladas, tornando evidente a urgência do desenvolvimento das competências socioemocionais. 

No ambiente escolar, a diversidade intelectual e pessoal dos educadores e dos alunos deve ser considerada. Com o objetivo de gerenciar melhor os dilemas da atualidade. E ficar melhor preparados para atuar no mercado de trabalho do século 21, que já chegou há mais de duas décadas. 

Competências socioemocionais x desafios na vida do estudante
  • Desempenho escolar 

A determinação, responsabilidade e persistência são bem importantes para que os alunos apresentem alto desempenho escolar. Os modelos educacionais indicam diversas formas de avaliar o quanto os estudantes estão, de fato, evoluindo nos resultados obtidos. 

Existem os exames padronizados nos âmbitos estadual e nacional. E as provas como são normalmente aplicadas. Independentemente de padrão ou não, o foco e a curiosidade em aprender fazem a diferença entre o êxito e o fracasso. E neste contexto, o incentivo aos estudantes se importarem mais com o aprendizado do que com notas é primordial

  • Conflitos entre colegas

Conflitos interpessoais existem desde que o mundo é mundo. Mas numa instituição educacional, a construção de relacionamentos saudáveis está diretamente relacionada ao engajamento e à cordialidade entre gestores, professores, demais funcionários da escola, estudantes e suas famílias.

Toda vez que há um ato brutal, abuso físico ou emocional entre colegas no cenário escolar, a opressão e o conflito precisam ser mediadas por adultos. No caso, os educadores. Quando há intimidação, medo e terror devido à violência estabelecida, vem a demanda pelas competências socioemocionais de todos os envolvidos.

  • Saúde Mental

A violência escolar deve ser entendida para que haja compreensão e ação sobre. Porque ela nada mais é que um espelho do que ocorre na sociedade. Além da manifestação que substitui a palavra quando se expressa fisicamente, outros tipos de violência coexistem nas escolas.  

Uma das mais presentes é o bullying. Este ocorre toda vez que ocorre a intimidação sistemática, caracterizada por comportamento agressivo, com intenção de machucar ou humilhar outra pessoa. A violência verbal, no entanto, não pode ser considerada mais leve. 

Os efeitos negativos de todas elas impactam negativamente na autoestima dos estudantes e no clima escolar como um todo, exigindo equilíbrio e saúde mental. As competências socioemocionais que mais estão ligadas à saúde mental são confiança no outro, autoconfiança, tolerância ao estresse, foco e respeito.

Como desenvolver as competências socioemocionais nos alunos?

Desenvolver as competências socioemocionais nos alunos não é tarefa fácil. Mas, possível. Depois da Pandemia do Coronavírus, que ocasionou uma série de perdas, a complexidade aumentou. 

Não foram poucos os estudantes que vivenciaram e sofreram a ruptura com o ambiente escolar e suas aulas presenciais, o afastamento de quem gostavam e a morte de familiares e conhecidos. Isso tudo, adicionado ao aumento do tempo de exposição às redes sociais e internet, produziu uma necessidade de aperfeiçoamento das relações sociais maior ainda.

O ensino, bem como o processo de aprendizagem, dependem de atenção, acolhimento, paciência, amor e cuidado. Para garantir que os estudantes desenvolvam as competências socioemocionais, o trabalho é contínuo. E não se esgota num projeto com começo, meio e fim. 

Como começar?

O primeiro passo é os educadores aprenderem a praticar uma liderança pautada pela escuta ativa. Isso significa demonstrar atenção plena, envolvimento e interesse genuíno nas situações mais diversas. Quando o sofrimento do estudante é legitimado com espaço para que ele se sinta livre para compartilhar seus problemas, a dor diminui.

Lembrando que não é papel ou responsabilidade de professores, orientadores pedagógicos, diretores escolares e demais funcionários darem diagnósticos. O cuidado dispensado por estes profissionais não substitui a psicoterapia e a psiquiatria, nem mesmo os tratamentos específicos prescritos por especialistas da área.

Mas estes podem se oferecer para tratar dos assuntos que promovem os conflitos emocionais e os problemas psicológicos que afetam os alunos. Neste sentido, a capacitação do professor, para monitorar as situações de estresse exacerbado, ansiedade, pânico, depressão e outros distúrbios mentais é pra ontem.  

Além de contínua, esta atividade nas escolas devem ser processuais e exercidas por pessoas treinadas para atuar com fatores desta natureza. Sendo que planejar uma estrutura física exclusiva pro acolhimento é uma etapa significativa.  

Você conhece o curso de pós-graduação em inteligência emocional do Instituto Signativo?

Se você chegou até aqui na leitura deste artigo, provou que tem real interesse em desenvolver ou melhorar ainda mais suas competências socioemocionais. 

Entendendo que o professor desempenha um papel crucial na educação transformadora do século 21, o Instituto Signativo em parceria com a Faculdade FAIPE oferece o Curso de pós-graduação em Inteligência Socioemocional na Educação. Dê uma olhada na matriz curricular:

    • Inteligência emocional I;
    • Neurodesenvolvimento Infantil;
    • Pedagogia da Consciência I;
    • Abordagens Pedagógicas Participativas.
    • Pedagogia da Consciência II;
    • Educação para a Paz;
    • Inteligência Emocional ll;
    • Práticas Pedagógicas Inclusivas;
    • Pedagogia Sistêmica;
    • Educação Que Faz Sentido.

 

Corra e faça agora mesmo sua inscrição na turma de 2023 e leia, também, nosso artigo sobre os 5 motivos para investir em educação socioemocional.

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Inteligência Socioemocional

Competências Socioemocionais

O mundo tem passado por mudanças aceleradas que ensejam uma guinada nos requisitos de competências necessárias para encarar os desafios postos à humanidade. Sobretudo em períodos socialmente conturbados, marcados por adversidades e incertezas, experimentamos maior ativação emocional. Sentimentos como tensão, ansiedade, medo e desesperança podem ser recorrentes, impactando nosso bem-estar físico e psicológico e dificultando nossa capacidade de resposta. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) vem insistindo no entendimento de que é preciso desenvolver um conjunto de competências globais para o gerenciamento de crises e de demandas mais complexas, no qual se incluem as competências socioemocionais.

No entanto, embora se possa pensar que as Competências socioemocionais estejam baseadas em princípios gerais, o desenvolvimento humano é fortemente influenciado pelo contexto social, econômico, político, tecnológico, cultural e científico (OSHER et al., 2020). Um macrocontexto desfavorável combinado a uma conjuntura de grave instabilidade contribui (e muito!) para acirrar nossa incapacidade de responder adequadamente às complexas demandas que se apresentam, evidenciando a necessidade inexorável de fortalecer as Competências socioemocionais.

Crises, sejam elas sanitárias, sociais ou econômicas, globais ou locais, acabam por expor nossa fragilidade para enfrentar cenários caóticos e complexos e gerenciar os efeitos da tríade pressão-estresse-ansiedade.

Diante desse preocupante panorama, políticas e programas para o desenvolvimento de Competências socioemocionais mostram-se contributivos para o enfrentamento de tensões sociais decorrentes de crises que se tornam mais presentes em um mundo cada vez mais instável. O difícil momento iniciado pela pandemia da covid-19 nos impôs um importante alerta para a necessidade de estarmos preparados para adversidades ainda maiores que, certamente, nos demandarão competências sociais e emocionais para gerar transformações positivas na sociedade.

Entendemos que as Competências socioemocionais não podem ser vistas como um padrão ideal a ser alcançado. Partimos do princípio de que a efetividade das competências se manifesta na capacidade de ser flexível no uso de estratégias para lidar com as demandas emocionais pessoais e alheias. Do nosso ponto de vista, é a análise da situação específica e dos estados afetivos dela decorrentes que orienta a estratégia a ser adotada. Por exemplo, em alguns contextos de tensão que geram estados afetivos negativos (medo, raiva, nojo etc.) a assertividade — isto é, expressar oralmente e de modo firme uma discordância sem ser agressivo — pode acirrar conflitos, especialmente se o oponente se encontrar em um estado alterado de humor. Em outros casos, ao contrário, o confronto inesperado pode levar o oponente a se dar conta de que o interlocutor não é tão passivo na interação, vindo a respeitá-lo como um ator central no processo e possibilitando uma reflexão sobre pontos de vista diferentes. Assim, embora os aprendizados obtidos em contextos específicos possam ser generalizados, tendo efeitos positivos em outras esferas da vida, no final, o julgamento de um comportamento competente em termos de sociabilidade e gerenciamento emocional depende da situação na qual ele é expresso (STORMSHAK; WELSH, 2005). Um indivíduo pode demonstrar um alto nível de competência em um dado contexto e um baixo nível em outro (SMOLKA et al., 2015).

Adotamos o princípio de que as Competências socioemocionais podem ser aprendidas e aprimoradas ao longo da vida, quer pelo desejo pessoal e pela busca ativa de autoaprimoramento e autorrealização, quer mediante intervenções especificamente planejadas para esse fim.

 

Sonia Maria Guedes Gondim, Laila Leite Carneiro, Daniela Campos Bahia Moscon e Ana Célia Araújo Simões

Referências

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA – UNESCO. Cultivar o bem-estar social e emocional de crianças e jovens durante crises. Nota Informativa nº 1.2, 2020. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000373271_por?posInSet=1&queryId=c0fd38ec-8fa9-458d-b611-fdcedcea4dd9. Acesso em: 9 abr. 2021.

OSHER, David et al. Drivers of human development: how relationships and context shape learning and development. Applied Developmental Science, v. 24, n. 1, p. 6-36, 2020. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/10888691.2017.1398650. Acesso em: 9 abr. 2021.

SMOLKA, Ana Luiza Bustamante et al. O problema da avaliação das habilidades socioemocionais como política pública: explicitando controvérsias e argumentos. Educação & Sociedade, v. 36, n. 130, p. 219-242, 2015. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/es0101-73302015150030. Acesso em: 9 abr. 2021.

STORMSHAK, Elizabeth A.; WELSH, Janet A. Enhancing social competence. In: TETI, Douglas M. (ed.). Handbook of research methods in developmental science. Oxford: Blackwell, 2005. p. 271-294. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1002/9780470756676.ch14. Acesso em: 9 abr. 2021.

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Inteligência Socioemocional Rotinas Educativas

Propostas pedagógicas no ensino híbrido conversam com o desenvolvimento socioemocional

As vivências na educação a distância durante a pandemia proporcionaram que coordenadores, professores, estudantes e famílias compreendessem que, ao mesmo tempo em que algumas propostas pedagógicas podem ser adaptadas para o remoto sem perdas significativas, outras apresentam alguns desafios diante da falta de interação presencial, como é o caso do trabalho com as competências socioemocionais.

Neste ano letivo de 2021, escolas públicas e privadas se deparam com um efeito sanfona. Até experimentaram o ensino híbrido por um curto período, antes que houvesse uma interrupção das aulas presenciais seguida por nova reabertura. Aos poucos, os alunos começam a compartilhar vivências e aprender em um mesmo espaço físico enquanto parte da turma permanecia no virtual.

O ciclo da pandemia no país já mostrou que, quando possível e seguro, será necessária uma volta progressiva, com um ensino híbrido que combine o melhor da experiência online e presencial. Neste sentido, gestores devem traçar estratégias que incluam o componente emocional até para superar a barreira de aprendizagem encontrada ao longo de 2020, quando alunos e professores se mostraram esgotados tanto física quanto mentalmente.

Para Adolfo Tanzi Neto, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e um dos organizadores do livro “Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação”, lançado em 2015, o trabalho com as questões socioemocionais independe do meio. Ou seja, se o plano de aula do professor contempla essas discussões, isso pode acontecer com o aluno estudando em casa ou presencialmente na escola.

Por isso, mais do que discutir se é possível trabalhar o socioemocional no ensino híbrido, ele reforça a importância de uma reflexão intencional sobre o modelo de aulas expositivas e como isso dificulta o espaço de vivência e protagonismo oferecido aos estudantes.

Qual o objetivo de estar enfileirado? É o silenciamento das subjetividades. Eu não consigo ser, não consigo aprender a aprender.

“O que sempre falamos, e isso independe da pandemia, é que é muito difícil trabalhar questões socioemocionais em uma aula expositiva, com todo mundo sentado enfileirado em sala de aula, porque ali você não vê nada acontecer. Qual o objetivo de estar enfileirado? É o silenciamento das subjetividades. Eu não consigo ser, não consigo aprender a aprender. Vou aprender com o professor me dando o que é para aprender”, afirma Adolfo.

Esse direcionamento esmiuçado de todos os passos que estudantes devem seguir em propostas de atividades e pesquisas, por exemplo, está diretamente conectado a autonomia, que não encontra campo para ser desenvolvida, uma vez que, com todas as orientações como uma receita de bolo, estudantes não têm a oportunidade de serem criativos e inventivos.

Cynthia Sanches, especialista em educação integral do Instituto Ayrton Senna, explica que, ao combinar o presencial com o online, o ensino híbrido permite aos professores e estudantes usar as tecnologias digitais para reinventar o tempo e espaço de aprendizagem.

Essa mudança só proporcionará o desenvolvimento socioemocional em situações nas quais estudantes exercem um protagonismo. “Por isso, as chamadas metodologias ativas são essenciais para que os alunos possam aprender entre pares, pesquisar, realizar projetos, diversificar seus modos de aprender. As competências socioemocionais se desenvolvem na prática e na experiência, desde que haja um trabalho estruturado, intencional e contínuo.”

Neste contexto, a mediação do professor é essencial. “O papel do professor como mediador e sua capacidade de criar vínculos, engajar e motivar os estudantes são elementos estruturantes para a aprendizagem tanto no modelo tradicional de escola presencial, quanto no ensino híbrido. A faceta online dessa modalidade também requer o desenvolvimento de competências socioemocionais dos estudantes e dos professores para ampliar o conhecimento de si, de outro, do mundo e de como se aprende”, explica.

Os desafios do socioemocional no ensino online
Por mais que não seja realidade para todas as escolas, muitas já adaptaram suas práticas reconhecendo a importância de a aprendizagem ir além dos conteúdos tradicionais e envolver também reflexões e atividades sobre emoções, sentimentos e percepções pessoais dos alunos e professores, uma vez que as personalidades, gostos e preferências também se manifestam no ambiente escolar e nas salas de aula. Como é possível, entretanto, trabalhar essas propostas mediante uma tela ou, em muitos casos, por apostilas, no caso daqueles que não têm conexão à internet?

Para Cynthia, o acesso é um dos grandes desafios quando se fala sobre o trabalho com competências socioemocionais no ensino híbrido, uma vez que o Brasil é marcado por amplas desigualdades de diferentes naturezas, que passam por dificuldades de acesso a dispositivos e conectividade. Além disso, também mostram-se como variáveis desse cenário a questão do uso qualificado das ferramentas digitais de ensino e de novas metodologias, e a adoção de processos que vão na contramão de práticas como memorização.

“O desenvolvimento de competências socioemocionais de modo estruturado e intencional é um grande fator de impacto positivo para a aprendizagem, dentro e fora da escola. Os desafios para que o desenvolvimento socioemocional aconteça continuam os mesmos: a comunidade escolar saber o que e quais são as competências socioemocionais que serão objeto de desenvolvimento intencional, conhecer metodologias que favorecem a mobilização e o desenvolvimento dessas competências e envolver ativamente os estudantes nesse processo”, defende a especialista.

Outro grande desafio é o estabelecimento da interação professor-estudante. É intuitivo afirmar que o trabalho com as competências socioemocionais demanda essa conexão, afinal, é necessário uma relação de confiança e a criação de um espaço no qual a criança ou o jovem sinta-se seguro para compartilhar suas emoções e pensamentos sem receios, travas ou medos de ser julgado.

Para Cynthia, essa interação é fundamental e, antes mesmo de qualquer metodologia de ensino, é o relacionamento empático e aberto do professor que permite aos estudantes maior engajamento e motivação para aprender e se desenvolver.

Ferramentas
Por constituírem um conjunto de capacidades que as pessoas desenvolvem ao longo da vida a partir de experiências concretas e em ambientes variados, Cynthia defende que é possível realizar um bom trabalho com as competências socioemocionais no ambiente digital.

Além disso, apesar de algumas escolas elegerem um professor para trabalhar o desenvolvimento socioemocional em componentes curriculares como projeto de vida, qualquer docente pode realizar propostas nessa direção articuladas ao conteúdo que leciona.

“Um bom exemplo de uso de ferramentas digitais para estruturar o desenvolvimento socioemocional dos estudantes são aquelas que permitem registro e monitoramento desse desenvolvimento, oferecendo aos estudantes meios para estabelecer metas pessoais de desenvolvimento, para se automonitorar, rever e ajustar suas ações para alcançarem suas metas. Essas estratégias ainda oferecem aos professores informações organizadas que o apoiam no dia a dia, no planejamento de aulas e na mediação junto aos estudantes”, explica a especialista.

Além da entrevista com Adolfo Tanzi Neto, o e-book “Educação Socioemocional no Contexto do Ensino Híbrido”, organizado pelo LIV (Laboratório Inteligência de Vida), traz exemplos de aplicativos e plataformas que rodam diretamente no navegador e podem apoiar o trabalho no contexto online. Entre elas estão Padlet, site para construção de murais virtuais – que pode estimular o trabalho em grupo e colaboração entre estudantes; Miro, um quadro branco virtual que permite a produção coletiva de desenhos, textos, murais ou mapas mentais; e Mentimenter, que possibilita a criação de nuvens de palavras.

A publicação digital também apresenta outras dicas de dispositivos que ajudam em apresentações virtuais e em sorteios para decidir temas de trabalho. Uma ideia para trabalhar as competências socioemocionais em aulas híbridas é organizar os alunos que estão na sala de aula em formato de meia lua e projetar a tela do computador em frente a eles. Assim, eles poderão ver os colegas que estão online e vice-versa. A ideia é promover interação e contato visual que, no fim, também apoiam atividades que vão além do conteúdo tradicional.

Por Maria Victória Oliveira

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Projeto promove atendimento psicológico gratuito para educadores

Assim como grande parte da população, os professores também foram pegos de surpresa pelas mudanças no ensino provocadas pela pandemia de Covid-19. Esse novo formato de ensinar e de se relacionar, sempre mediado pelas tecnologias digitais, traz consigo outros fatores de adoecimento psíquico que requerem cuidado.

O tema da saúde mental tem atraído mais atenção nos últimos dias justamente pelos diferentes cenários que provocam cansaço e desgaste emocional. Tendo isso em vista, como fica a situação dos professores?

“A pandemia jogou luzes em alguns aspectos. Acho que a questão da saúde mental tanto dos alunos quanto dos educadores sempre esteve presente, mas [era] pouco explorada”, aponta Mariana Franco, gerente da Fundação SM. Em parceria com a ONG Quero na Escola, a SM promove o projeto Apoio Emocional, que visa oferecer atendimentos psicológicos a educadores. Para isso, a plataforma conta com profissionais de saúde mental voluntários.

O projeto oferece possibilidade de atendimentos em grupo, individual ou rodas de conversa formativas com alunos a partir de 12 anos. Tanto psicólogos quanto educadores podem se inscrever até julho pelo site. Após a inscrição, a equipe do Quero na Escola agenda os atendimentos.

Como a pandemia afeta a saúde mental dos educadores 

Suzete Petter, psicóloga clínica e voluntária no projeto, aponta que os relatos mais frequentes são sobre a pandemia e sobre como os educadores estão tendo que compreender as próprias limitações para trabalhar.

Sobre isso ela aponta que às vezes é difícil até mesmo para os educadores identificarem que estão passando por algum tipo de problema ou desequilíbrio emocional. “Muitas vezes a pessoa não consegue reconhecer que está um pouco mais frágil, um pouco mais pra baixo”, aponta Deise Ruiz, psicóloga e neuropsicóloga que também atua no projeto de Apoio Emocional.

Deise destaca que é muito comum que se espere do professor que ele seja sempre forte, um exemplo. Muitas vezes o próprio educador se impõe essa relação por achar que está “deixando os alunos na mão”.

Neste sentido, o professor também pode ser frequentemente visto como modelo, como aquele que vai acolher e dar escuta aos estudantes e, por esse motivo, é importante que ele esteja bem, destaca a neuropsicóloga. “Antes de serem professores, são seres humanos com problemas em casa, problemas de internet, problemas com a família etc”, reforça Suzete.

Pesquisa realizada em 2020 pela Nova Escola apontou que 72% dos educadores tiveram sua saúde mental afetada pela pandemia.

“Entendemos que educação só existe com afeto, e demanda uma troca, uma relação de conhecimento e acolhida. Quando você não acolhe os sentimentos diante de uma situação tão extrema quanto essa que vivemos há 14 meses, não conseguimos produzir conhecimento, produzir aprendizados”, destaca Cínthia Rodrigues, criadora do Quero na Escola.

Luto e espaços para troca de experiências

Em 2021, a ONG relançou o projeto que começou em 2020. Se no ano passado, as incertezas apareceram na maioria das conversas, este ano as demandas mudaram um pouco. Agora grande parte dos educadores aborda principalmente a questão do luto coletivo e como se perdeu espaço para refletir ou vivenciá-lo.

“É difícil tornar tangível alguns aspectos como o tamanho da dor, os diferentes lutos ou ter que ser cobrado em uma estrutura diferente”, aponta Mariana. “É um problema sistêmico, que não cabe só à educação, é uma intersetorialidade que precisa de políticas públicas para gerar transformação”, diz.

Tanto Mariana quanto Suzete apontam que o período da pandemia evidenciou a importância de entender o papel social da escola, de trabalhar também questões socioemocionais, colaborando inclusive para desconstruir preconceitos associados à saúde mental.

Por Ruam Oliveira

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O elo entre a escola, os professores e os pais

Você já parou para pensar na função que um coordenador pedagógico tem dentro de uma escola? Esse cargo, por vezes confundido com a administração da instituição já que acaba absorvendo outras demandas, é essencial para fazer fluir o ensino, planejamento e relações entre alunos, pais e professores.

Ele cria elos e constrói pontes de comunicação que visam, acima de tudo, o aprendizado e evolução do aluno. Mas, como ele faz isso?

 

Apoio aos docentes

O papel do coordenador é de subsídio aos professores. Diferente do que pode ser aplicado erroneamente, ele não cria responsabilidades a mais para os docentes, ele apoia. Ele planeja uma gestão de aprendizagem e conhecimento estrategicamente.

Por vezes, sendo necessário ser “coparticipante” do processo de ensino, verificando onde existem maiores dificuldades dentro de sala de aula, ajudando a melhorar o método. É um formador de opinião e de comportamento.

 

Incentivador de alunos

Um dos requisitos a ser preenchido pelo cargo de coordenador pedagógico, além de qualificação especializada, é o de inteligência emocional.

Seja interpessoal, promovendo boas relações, incentivando professores e alunos e criando um espaço de segurança e confiança para que a aprendizagem possa fluir, como qualidades intrapessoais, sendo ousado nas decisões e buscando sempre pelo dinamismo.

Dessa forma, ele age como um exemplo aos alunos. Não é uma imagem que passe “medo”, mas inspiração.

 

Acolhimento aos pais

A proximidade com as famílias exige preparo, estratégia, disciplina e persistência. Os resultados podem ser surpreendentes. Usaremos como exemplo a A rede de ensino de Quixeramobim (CE). Lá, os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental conquistaram a porcentagem de aprendizado adequada em língua portuguesa superior a 80%. Resultado do papel da coordenação pedagógica, a proximidade com a família e o incentivo à leitura.

Entender a realidade dos alunos e inserir esse conhecimento nas suas estratégias pedagógicas é essencial para que a comunidade também entenda o papel da educação e dos professores na construção de um futuro aos alunos.

É a visão amplificada de forma inteligente, consciente e humana agindo diretamente em função da educação e na busca por soluções no âmbito escolar.

Por isso é tão importante que esses profissionais tenham a qualificação necessária. Quando a sua atuação se funde a outras funções, fica difícil de agir naquilo que é proposto. Saber exatamente a sua função e estar preparado profissional e emocionalmente garante a coesão e fluidez dos processos.

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Pensando na abordagem do luto nas salas de aula

Essa semana batemos a triste marca dos 400 mil mortos pela pandemia do novo coronavírus, aqui no Brasil. É difícil imaginar que alguém não tenha tido uma perda próxima ou conheça alguém que não viveu essa tristeza. Além disso, muitos vivem também o medo da contaminação e internação.

Hoje, nosso questionamento é: como abordar o luto em sala de aula?

Precisamos pensar de forma empática, levando em consideração religiões, consciência e  processos pessoais individuais, no momento de abordar a morte com seus alunos.

Dependendo da idade, uma criança pode sentir dificuldades diante da morte de um familiar ou de uma pessoa próxima, separação dos pais, a morte de uma personalidade famosa e até mesmo com uma mudança brusca, como a troca de cidade ou de escola.

Muitas famílias devem assistir ao noticiário e isso gera dúvidas nos pequenos. As mortes são tema de assuntos entre as famílias? O luto é algo abordado e explicado?

Diferente do adulto, que consegue expressar o que sente e pensa, uma criança pode não entender seus sentimentos e pensamentos, manifestando comportamentos diferentes do que costumava a ter, como agressividade, alterações de sono, quietude, e até mudanças físicas como dores de cabeça e cansaço excessivo.

É o comportamento das pessoas ao redor interfere na forma como eles vão atravessar esse período. Nesse momento se dá a necessidade de haver uma intervenção qualificada e adequada para ajudar com o luto, aceitação das novas dinâmicas e no restabelecimento das condições emocionais desses alunos.

Como já falamos anteriormente, a empatia fará a diferença na hora de acolher essa criança. No momento das conversas, dúvidas vão surgir e a honestidade é a melhor estratégia.

Mas também é preciso levar em consideração a abordagem religiosa que cada um desses alunos pode ter dentro de casa. O corpo pedagógico deve falar sobre fatos. São diversas as religiões e cada um tem a sua diferente forma de olhar sobre a morte. Nosso papel é acompanhar esse processo dentro do que eles acreditam e intervir junto aos pais em alguns casos.

Sempre respeitando o tempo que cada pessoa, seja criança ou jovem, tem para digerir e processar as informações. É empático e sensível  também entender quando eles não querem falar sobre o assunto. Eles mesmo precisam entender que podem receber apoio enquanto durar o sofrimento.

Assim, separamos 5 conselhos:

  • Você não vai conseguir fugir da temática, então aborde o assunto de forma clara e acessível;
  • Fale a verdade;
  • Respeite as crenças;
  • Entenda o tempo individual;
  • Trabalhe em conjunto com a coordenação e os pais;

O luto é um processo que precisa ser vivido e compreendido. Ele nos muda e, pensando em um momento de luto coletivo, vivemos um período de transformação das relações e do olhar sobre a efemeridade.